sou início e fim, meio das coisas, achado de luzes, perdido em lampejos.
se sou, sou parte. se tenho a posse, sou dono; se me falta é porque não ganho, se tenho é porque me sobra. de sombras permeio igualdades, e se não me faço rei de povo nenhum, é porque não tenho terras e posso semear a discórdia entre os brandos e oclusos. sou a asa e o voo. tenho rainhas fogosas e pajéns de cama. sou a guarda e o pão. guerreiros, imponho a minha porta e venço os inimigos apenas quando sonho que sou príncipe de galenas e mares desfeitos na areia. sou assim. sempre de guarda, sempre afoito, modelado em meio-medo. espero a sombra dela para fazer a minha. espero a sombra dela para tentar ser feliz. mas qual! felicidade eu só compro. vou às esquinas sem vida e na balança da vida, faço a prosa e o verso. faço a luz e por isso, sou o início e o fim, sou o início da premissa. mas posso quebrar regras . Elas foram criadas para o rasteio de farpas. sou isso, sou aquilo. tenho moedas e por isso compro dengos. rezo por zeus - deus dos aflitos.e peço que raios de luzes nos atinja. não há fim, princípio, não existe, igualdade é rala e quando de perdão eu peço, dizem lá: "lá vai o homem de seis moedas e duas tristezas"! José Kappel
Enviado por José Kappel em 24/07/2020
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