José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


sou início e fim, meio das coisas, achado de luzes, perdido em lampejos.

se sou, sou parte. se tenho a posse, sou dono; se me falta é porque não ganho, se tenho é porque me sobra.

de sombras permeio igualdades, e se não me faço rei de povo nenhum, é porque não tenho terras e posso semear a discórdia entre os brandos e oclusos.

sou a asa e o voo.

tenho rainhas fogosas e pajéns de cama.
sou a guarda e o pão.

guerreiros, imponho a minha porta e venço os inimigos apenas quando sonho que sou príncipe de galenas e mares desfeitos na areia.

sou assim. sempre de guarda, sempre afoito, modelado em meio-medo.

espero a sombra dela para fazer a minha. espero a sombra dela para tentar ser feliz.

mas qual! felicidade eu só compro.

vou às esquinas sem vida e na balança da vida, faço a prosa e o verso.

faço a luz e por isso, sou o início e o fim, sou o início da premissa.

mas  posso quebrar regras . Elas foram criadas para o rasteio de farpas.

sou isso, sou aquilo. tenho moedas e por isso compro dengos.

rezo por zeus - deus dos aflitos.e peço  que raios de luzes nos atinja.

não há fim, princípio, não existe, igualdade é rala e quando de perdão eu peço, dizem lá:

"lá vai o homem de seis moedas e duas tristezas"!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 24/07/2020


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