Seu Rosto no Meu
Fico em paz depois da derrota, recolho armas e bordões da guerra interior, cujo passado tem três séculos, e cujo presente fermenta como água purificada no corpo desguarnecido! No afã da luta, perdi um pouco da alma, um pouco do espírito, mas ganhei medalhas de solidão, e falta total de ser. Não sei mais destacar a beleza, sei apenas cair num poço profundo disponível aos solitários e que nunca é aprovado para ter fim. Meu trovejar é de ouro. toco melodias de ciganos, de surpresas, para apoio àqueles que não tem clima nem um pouco de sol, onde varre o pleno inverno - que chamam de princípio de inferno. Minha guerra terminou: carrego o fardo da derrota sem planos e destinos. O que me resta, passou como um vento ganancioso, fiquei só, à porta de alguma tempestade, esperando o dia, dia imensurável de colar seu rosto no meu! José Kappel
Enviado por José Kappel em 23/08/2020
Alterado em 30/12/2020 |