Êxtase do Sol
Nesga flor que me adorna, nesga flor de jasmim, que me colore, que faz de mim, o próximo de seu próximo, o cântico das horas, o apogeu dos homens, o êxtase do sol. Nesga e doce flor que vive entre o fazer de mim uma esperança, ou morrer devagar entre as pétalas dos augustos, dos poetas que chameiam pontilhas de amor! Nesga flor que me adorna! Rubra e ácida, viva, eloquente, dobras de mocidade cujo tempo as horas das horas devoraram de sol. Pouco por mim, entrego à você - minha doce próxima – a esquina dos vividos, ondem dormem os esquecidos de chorar! Adorna também seus lábios com o canto dos florençais, que sussurram luz entre a palidez do morno céu, e o pungente sol da mocidade que os aquece! E, entre nós, um novo tempo: um tempo de sermos eternos, junto a todas as fronteiras, na dor, na agonia, no prazer. Amor de nós dois, já diziam os das esquinas de ouro, só pode ser costurado por bênçãos dos franjais de luz no céu dos eternos ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/08/2020
Alterado em 24/10/2020 |