A Lua Virou Sol
Num dia de poucas razões, e desencontros aparentes, quando sobras de querer morrem na soleira da porta, a Lua, no de repente, virou Sol. Foi um dia sincero até certo ponto. Daquele que nos faz jugo de tudo, faz até perder os caminhos e trilhos! Já não sei explicar tantos inícios precipitados e fins inacabados. A vida ia assim, de mansinho, fazendo de meu espírito lavratura de terra árida. Já não sei outorgar a vesta ao rei sem fadar com a rainha que lastra pureza suspeita. Foi o dia que a Lua virou Sol. Bateu de pronto, cada um rodando de luzes, cada um brincando de fazer duas vidas numa só. Foi ai que a Lua virou Sol. E se digo assim é porque de sobras me atiçam gotejos mágicos, - sobras da Lua e do Sol - que agora me fazem dono de um reino luminoso que só ela, Maria, sabe existir. José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/08/2020
Alterado em 16/10/2020 |