Sou início e fim, meio das coisas, achado de luzes, perdido em lampejos.
Se sou, sou parte. Se tenho a posse, sou dono; se me falta é porque não ganho, se tenho é porque me sobra. De sombras, permeio igualdades, não tenho terras e semeio a discórdia entre os avulsos. Sou a borda e o voo. Sou a ansiedade da fadiga dos mendigos. Tenho rainhas fogosas e pajéns de cama. Sou a guarda e o pão. Sou a dor. Mas, na mescla dos indecisos, me falta a medida exata pro meu espírito encíclico, sem igualdade. Falta a grande felicidade do amor, que faz, hoje ou amanhã, a argamassa dos eternos e pacíficos. E, descobri que não tenho mais antiguidade, nem para receber uma flor. José Kappel
Enviado por José Kappel em 30/01/2021
Alterado em 30/01/2021 |