Areias de teu corpo
Límpida igual ao brado do deserto, silente, absorta, vaga, misto de troiana e vestal, vida e impasse, dúvidas e cruéis ansiedades, navegam pelas areias de seu corpo, num mundo regado pelo sol, mas fogoso em sua mãe-festa premente, onde rebuliça a esperança. Assim, hoje, te vejo: absinta e colorida de festas, recostada em colunas de pó e argila, aliciada pelo teu véu castiço, que reborda junto ao vento e amacia a pedra. Vaga, holocausta, pelas dores da vida. Se te alcançam é sempre para medir o espaço que te separa entre a luz e fresta. Assim te vejo hoje, num pedestal de rosas serenas. Amor de minha vida... que o universo, entre as flores, iluminada, colheu... José Kappel
Enviado por José Kappel em 17/04/2021
Alterado em 22/04/2021 |