Tempo do tempo arguto, que me leva às águas claras de um lago que já foi tudo onde até rosa-marinho dava.
Tempo dos presentes, dos vivos, tempo que caminhávamos semeando lembranças de coração e alegria de mãos-dadas.
Campos de flores ricas, tempo que me diziam: me dê um abraço que eu te dou um beijo e canto uma canção.
Tempo dos tempos, sem idas, mas, súbito, homens desabilitados, atemporais, dele fizeram campo árido, vazio e sem vida, sem encanto.
E, pelo árido destino, fomos se perdendo de vidas e do calor de nós dois.
Tempo-azul que se foi.
Hoje, se quiser vê-los tenho a mágica da alça-de-porteiro: é só chavear a porta, sem medo, e abrir os portões.
E a paz do campo santo onde dormem, lá está altivo de saudades. José Kappel
Enviado por José Kappel em 08/03/2022
Alterado em 08/03/2022 |