Longe do esplendor do sol,
cabisbaixo diante de tanta luz,
oneroso de tanta grandiosidade,
pérgulo, sem sombra, oleácias ,
sem ramos de brilhos,
sem luas tímidas a remoer
o sol de grandezas, fico eu,
olhando o início e o fim das coisas
que não tem a mínima carência,
nem para o céu, nem para a terra,
pois solidão sempre teve nome.
Para mim, porém,
escravo do tempo e das coisas,
que fazem a mágica se remediar,
parar e se transformar,
hoje é meu dia de festa.
E se faço a festa, trago o bolo.
E se há luz neste borborinho
de maravilhas,
me sinto atonteado
por estar vivo e compreender
que cada pedaço do que vejo,
é um pedaço do que foi.
É a vida, de tanto, sem ela !