José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Longe do esplendor do sol,
cabisbaixo diante de tanta luz,
oneroso de tanta grandiosidade,
pérgulo, sem sombra, oleácias ,
sem ramos de brilhos,
sem luas tímidas a remoer
o sol de grandezas, fico eu,
olhando o início e o fim das coisas
que não tem a mínima carência,
nem para o céu, nem para a terra,

pois solidão sempre teve nome.

Para mim, porém,
escravo do tempo e das coisas,
que fazem a mágica se remediar,
parar e se transformar,
hoje é meu dia de festa.

E se faço a festa, trago o bolo.

E se há luz neste borborinho
de maravilhas,
me sinto atonteado
por estar vivo e compreender
que cada pedaço do que vejo,
é um pedaço do que foi.

É a vida, de tanto, sem ela !

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 22/03/2022


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