Feltros sem cor definida se espargem e cobrem o caminho de pedras, ao vagar do vento doce de primavera, suavizado pelo sol ameno, que rebate colorido no vôo dos pássaros.
Nada mais pode nos separar, nem os frutos amargos da vida, nem as brumas de inverno, que se acotovelam ao sopé da montanha.
Ela aguarda inocente, sem saber que ela, mais atiça, inicia o caos, quando começar o seu vago devaneio, nas mintas, já tortas, lembranças de amor
E já são tão populares as perdas, que se disseminam em cada um de nós; já é tão popular a ferida que se abre ao breve adeus, sem palavras, sem sentido.
Lápides silenciosas guardam lá seus segredos, ruminam ansiedades de vida, mas a alcova eterna as prende, num céu convulso, onde a metade é luz e outra é ouro. A última é o caminho do vazio que lá percoro.
E nesse caminho, sigo eu: de chinelas de palha procurando atravessar toda esta relva, que, para mim , é meu início, feito e bordejado no céu, prá nunca mais acabar.
Sou fruto da corda e do coldre, faço de criança meus bonecos sem nome; sou fruto de feltro e do feiticeiro azulado, e me apaziguam somente as idéias de que não estou mais aqui.
Vez virá, em monções de segundos, que serei parte dos erguidos, dos assolados, e também dos perdoados.
Se a mim me resta, resta de sombra, alguma mão a me prender, nesta queda sem nome, neste dia em vão, nesta vida sem início!
Feltros sem cor definida se espargem e cobrem o caminho de pedras, ao vagar do vento doce de primavera, suavizado pelo sol ameno, que rebate colorido o vôo dos pássaros.
Nada mais pode nos separar, nem os frutos amargos da vida, nem as brumas de inverno, que se acotovelam ao sopé da montanha, que a guarda inocente, sem saber que ela, mais atiça, inicia o caos, quando começar o meu vago.
E já são tão populares as perdas, que se disseminam em cada um de nós; já é tão popular a ferida que se abre ao breve adeus, sem palavras, sem sentido.
E o pobre povo já me aplaude como se eu fosse a permanente dor do alaúde.
Agora, sem costilhas, toda abaulada pelo que me arde.
Lápides silenciosas guardam lá seus segredos, ruminam ansiedades de vida, mas a alcova eterna as prende, num céu convulso, onde a metade é luz e outra é ouro.
E nesse caminho, sigo eu: de chinelas de palha procurando atravessar toda esta relva, que, para mim , é meu início, feito e bordejado no céu, pra nunca mais acabar.
Sou fruto da corda e do coldre, faço de criança meus bonecos sem nome; sou fruto de feltro e do feiticeiro azulado, e me apaziguam somente as idéias de que não estou mais aqui.
Vez virá, em monções de segundos, que serei parte dos erguidos, dos assolados, e também dos perdoados.
Se a mim só me resta, aresta de sombra, alguma mão a me prender, nesta queda sem nome, neste dia em vão, nesta vida sem início, mas vou receber de braços abertos este gesto de acalanto !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/04/2022
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