José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Com sinceridade de
gente bem apessoada,
com sinceridade morna
de pessoa bem gabaritada,
olhos nos olhos
e só vejo vazio.

Pena, tinha tudo para
dar certo,
mas deu vazio !

Com toda minha sinceridade
e aprumo de ideias e
volúpias de sonhos,
penso no que seria se desse
certo: um sonho demais!

Mas não deu.
Cada um foi pra um lado
ela preferiu escaldar-se nas
montanhas
e eu fui calvagar
nas pradarias.

Duas coisas tão distantes
que dá medo só em
pensar que sinceridade
não é tudo na vida.

É verdade!

Se começou bem
acabou mal.

Tudo porque gostávamos
um do outro.

Coisa simples de resolver
como calvagar num belo potro.


Mas ela não quis assim,
quis fugir
pra bem longe ela foi,
pras montanhas da
vida, se arrumou.

E foi vender seu prazeres

do fluir,
nas largas avenidas
das Cachemiras Azuis.

Lá onde onde os homens
compram e se vendem no
mercado das almas.

Foi tudo muito simples:
um dia ela parou de
amar
e eu fingi que parei de gostar.

Resolvemos emudecer.
Resolvemos nos tornar
 humanos
meio atordoados.

Ela foi para um lado
e eu me pro outro.
A história é simples
Se eu não fosse gente
ia de gostar até o fim.

Foi minha estrepolia.

Comecei a sentir falta
dela
e ela
nenhuma falta de mim.

Fiqei sozinho, como
uma estrela perdida no espaço.

Com toda sinceridade,
nem ficou amizade!
Poderia ser diferente,
mas, o inexplicável  se fez valer,

não foi!

 

E, de uma coisa aprendi

pra dar certo,

sem efêmero,

tem que dar certo!

 

Pois há homens demais

na minha Vila dos Prazeres,

onde todo mundo

fica pescando 

no varal das fêmeas !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/04/2022
Alterado em 12/04/2022


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