Se você quer ser você
mas já não pode,
é porque o
vazio já tomou
seu lugar.
E se você é o anfitrião da dor,
menos mal.
A fruta não sola a terra,
o sol não vinga sua força,
a sombra reina soberana:
em sua última peça.
Tratava do sol e do nó,
arguto sistema de nós dois.
Quando você partiu
e nos deixou, sós.
Mas se a vida vale alguma coisa,
não vale sem você.
Fica tudo vazio,
sem bordas,
chameado de
falsa sinceridade:
é troco enganado,
é voz engasgada,
é muro de pedra.
Assim, pra te alcançar outra
vez,
só mesmo
quando o mundo cansar
de dar voltas,
e parar de repente.
Aí será a volta
e a glória felizarda
do seu reino
na minha vida
já tão amargurada!