Do outro lado,
do lado, onde pende
as dores,
vestidas de bem cinza,
numa calçada de amores
cheio de vãos,
vou e
corro pra ela
do lado de lá, que uma vez existiu.
Se me viu foi por acaso,
sem querer, passei ali,
meio descompassado,
mais aflito,
em rever a calçada
dos solitários,
dos alados da meia-noite.
Encontrar, encontrei,
pedaços: daqui, ali,
pra frente e nos vãos
pedaços de espíritos,
de aleijados de amores,
solitários de ansiedade.
Era a Morada dos Tristes e Sozinhos -
e vi o que, de nunca gostaria de rever,
o que sobrou,
no nosso vesgo amor.