Fiquei só,
mas não tão só:
tenho um jardim
sem nenhuma sombra,
mas que flutua com flores
e belas ramagens.
Nele eu vivo,
nele eu me acho.
Souz vizinho da pobreza.
Sou amigo da solidão,
mas tenho de antemão
rosas e cravos,
que são apenas
para lembrar que um dia
você existiu
e um dia partiu
sem ir embora.
Então, fico eu,
de sombreiro;
sem fazer testes,
guardo o meu jardim
guardo lembranças suas,
feito pelo mestrado da dor,
para nunca mais voltar.
Se fui uma vez,
não vou mais,
sou breu que afaço.
Agora sou dono
das cores floridas
e de cicatrizes corridas.
Agora, virei vintém
de saudades ou
pórtico dos falidos!