José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


do patamar
de minha varanda,
doirada de musgos e
aberta ao sol,
gueixas imaginárias
me amedrontam
com histórias de
fantasmas de
crianças.

beiro um miúdo riacho
que adormece sem
flores costeiras,
que roda e roda
dia e noite,
num ritmo que
os sós conhecem.

de tudo,
me movimento na
lenta paisagem
d’ouros,
onde reservo
minha dor
e meu só,
para meu
próximo que
não é ninguém.

que é fruta
sem ramos,
sementes
sem amos,
que me morrem
a cada segundo!

e lá fico,
e lá adormeço,
à procura
do amor
de limo,
do amor
sem morte!

 

E quando

adormeço, tudo

volta a ter vida,

tudo é amor,

e nunca mais se fala

em idas eternas !

 

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 10/06/2022


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