José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Uma vez 
fui
divergente,
noutra complacente -
que sempre -
assentava
com
divergente.
 
 
Uma vez fui parente
vagando de vez,
a bordo
do vazio.
 
Azar, já era
quase orco e
perdi todas
as patentes.
 
uma vez fui guerra
e virei bala
de matar.
e lá me
adormeci
de prenho ódio.
 
e foi tudo
tão de repente
que o sol se 
fez lua.
 
de verdade,
mas sem quer,
uma pobre
lua que se
escondeu,
com veracidade,
no lado escuro
dela mesmo !
 
foi quando
o bombordo
virou 
estibordo,
puro e escovado.
 
e descobri
com mãos
de fenecer,
que a casa dela sumiu
e pilastras 
ruiram.
 
e se foi o tempo.

e o tempo levou para os abismos,

lembranças e memórias.

 

E de repente, tudo virou pó.

Para isso que nascemos para ser.

 

Mas a memória dela

está guardada aqui,

enquanto eu sobrevivo

de uma tempestade

de saudades !

 


 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 17/06/2022
Alterado em 18/06/2022


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