José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Na mala guardo retratos velhos e até dela.

 

Guardo cinzas de recordação,pó de resguardo e aventuras soltas no ar que vão colidir com todo vazio que encontrar.


Sou peça de floresta,floresta encantada ,onde nunca pus os
meus medos, com receio de encontrá-los.

 

Tudo, face à face. 


Onde moro, tem um lindo pôr-de-sol - que não ouso olhar,com dó de pisar em raios dourados e virar rei sem luz.Por isso,sou dono de mim.


Tenho  uma morna e linda lua de outono,

que guardo para os dias quentes de verão, no armário de antiguidades.

 

Sou homem que não preza a vida, pois sentido ela não tem. Se alguém contar que tem, só vendo e outorgado e assinado e passado por algum rei..Mas reis já não tem!

 

Nela parte de minha vida morre a cada instante. E instante não tem dó!

 

E ,digo sem vergonha de errar: a vida é tão esquisita
que cabe numa mala de levar. 

 

Coisas de santos, só vendo. Milagres não vi. Amores alargados de solidão brotejam por ai.

Daqui nada se leva. A não ser um campo de solidão prá fazer festa em dia de santo!.

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/06/2022
Alterado em 28/06/2022


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