Hoje, vou fazer meu
canto
rouxinol,
com pásssaros desolados.
vou fazer do bolo
um desdém,
da faina,
a augusta paz de nós dois.
Hoje vou sair de pronto,
vestido de gente,
vou cobrir com
um manto encantado
a voz amarga
que soluça
no meu canto de meia-luz.
Hoje, vou caminhar sozinho,
ao lado de sombras
e desejos.
Hoje é meu dia,
só não é santo porque
há pouca sorte na minha virtude.
E, de passagem,
vou lembrar de você:
tão simples assim.
E por ser tão simples
assim, é que desmando
de amores de cotovias,
de sereno passivo,
e de uma imensa saudade
que tem seu nome:
Vento do Norte;
que sopra,
e me assoberba,
e se divide entre a dor
da vida
e a dor de não ter você !