Extremamente atraente,
assim você é.
Meiga, terna,
desabando sempre
o ser feliz,
criando sempre uma
ordem interior,
onde o amor
vem sempre
em seu corpo,
onde brilham
diamantes
de um dono só.
Perceber até que é fácil;
vivenciar este milagre
é doloroso.
Praticá-lo, tenho
dúvidas,
porque sempre
em qualquer vida
há perdas
e danos.
Sem velas e santos!
Falo do ser feliz
em um dia tê-la.
Obrigado por isso,
mas desculpe o atraso!
Falo de coisas íntimas
falo do início e do
fim das coisas:
coisas difíceis,
para um homem
jogar com sentimentos
ou ser servido
no prato do
adeus !
Se falo é porque é terno,
se quero, é porque
a faina da conquista
é tão difícil,
porque a vida fez
assim:
para ter é
preciso
carregar no coração
o amálgama do feliz
e da cor da dor.
E me desaba o ser feliz,
onde tudo eram flores
e súbito,
danço entre
lembrar o passado
e chorar pelo o amanhã feliz !
Hoje os espinhos
me perseguem !
Mas mesmo se conquisto, eu já não tenho.
Sinto que perco.
O tempo já
é mercador de minhas
lembranças.
Assim, ajuizado de pequenas dores,
vejo os dias passsarem
e com eles você se dissipar:
como uma águia que
rompe o horizonte
até as bordas do último céu.
Se tive, não me arrependo:
mas fui descobrir tarde demais.
O tempo é cuidadoso, bom
e valente.
Deixa para afagar e trair
no final das horas.
Se sofro, sigo sozinho.
O que fazer diante do tempo?
Senão, cabisbaixo, dizer:
Um dia foi milagre da perda,
no outro, todo ternura!
Hoje, virou flor passada,
cheio de jardins sem ramos,
onde a primeira flor
é sempre do próximo.
E se me perguntarem onde estou.
Onde estou ?
Eu digo - hoje mal sei se existo!