José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Feltros sem cor definida
se espargem e cobrem
o caminho de pedras,
ao vagar do vento doce
de primavera.

 

O suavizado sol ameno,
rebate colorido
o voo dos pássaros.

 

Nada mais pode
nos separar,
nem os frutos amargos
da vida,
nem as brumas de inverno,

que se acotovelam
ao sopé da montanha,
onde vai começar o caos.

 
E quando ela começa,

até muito querida,
 com disperso vago,
é quando se
inicia
 a ferida
de alguma vida.

 

E já são tão populares as perdas,
que se disseminam em cada um de nós:

um princípio sem fim !

E digo não,
mas aceito o passivo do sim !

 

Já é tão popular a ferida
que se abre ao breve adeus,
sem palavras, sem sentido.

 

Flores silenciosas guardam lá
seus segredos,
onde a metade é luz e outra
é ouro.

 

É quando me armo
com a corda e o coldre
para tentar achar
e compreender
o porquê de sua vida.

 

Pois é a missão da vida:
esperar,
iluminar,
fazer doer,
e depois levar.

 

Áspera,
ela se foi,
para tirar o que nunca tive
para me dar o que nunca quis.

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 04/08/2022
Alterado em 04/08/2022


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