Feltros sem cor definida
se espargem e cobrem
o caminho de pedras,
ao vagar do vento doce
de primavera.
O suavizado sol ameno,
rebate colorido
o voo dos pássaros.
Nada mais pode
nos separar,
nem os frutos amargos
da vida,
nem as brumas de inverno,
que se acotovelam
ao sopé da montanha,
onde vai começar o caos.
E quando ela começa,
até muito querida,
com disperso vago,
é quando se
inicia
a ferida
de alguma vida.
E já são tão populares as perdas,
que se disseminam em cada um de nós:
um princípio sem fim !
E digo não,
mas aceito o passivo do sim !
Já é tão popular a ferida
que se abre ao breve adeus,
sem palavras, sem sentido.
Flores silenciosas guardam lá
seus segredos,
onde a metade é luz e outra
é ouro.
É quando me armo
com a corda e o coldre
para tentar achar
e compreender
o porquê de sua vida.
Pois é a missão da vida:
esperar,
iluminar,
fazer doer,
e depois levar.
Áspera,
ela se foi,
para tirar o que nunca tive
para me dar o que nunca quis.