José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


sei o que sou
mas não sei o que
isso me faz.

 

mas sempre
faz dupla
com as
cores fátuas
do amor.

 

está sempre,
em plena vida,
armada
arpões de
saudades

se é teatro, 
é de fantoches,
se é de pano,
ou bule no fogo.

 

ela, amorenada,
atiça meus sonhos,
mestrados,
mas sem harmonia.


e faço sempre
dela um beijo,
ou dois, para ter
conjunto na obra
serenada.


mas se
corrompe com  
meu destro
carinho.

 

faço dela uma
cor de boneca,
e trago sempre,
seu corpo
pra dormir com 
as velharias de
meu sonho
que um dia foi sua vida.

 

e,  uma vez,
a minha boneca de dormir
viajou pro fim do mundo,
onde senta agora
no colo de
meu algoz,
cheio de gala e
muitos centavos
e ainda com
dúvidas,
de todo querer.

simples assim
e complicado
igual ao
Rodeso,
homem
que foi sempre
o mocinho da fita
que finge morrer
sempre nos braços
de minha amada.

 

simples desfecho,
dor escondida,
pelo meu amor 
alado !

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 09/08/2022


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