Cada hora é meu espaço,
cada espaço conta tempo,
cada vago conta meu passado,
e cada um de ontem, ri alado
porque nunca fui desejado.
Agora, que é tempo do tempo,
ele faz de conta que é meu dono,
e não faço mais nada a não ser
purgar lento o ombro de espelhos.
Galope dos loucos!
Da pura solidão e dos
corcéis que, em redomas
coloridas, dançam o ato final,
de quem quis ser
seu,
mas só deixou a sua sombra.