Hoje resolvemos ficar
de dengo com a escuridão.
E se está escuro,
não fazemos nada.
Nem falar falamos:
crespa a voz no breu.
Beijos nem pensar.
Mas se falo, falo agora,
onde andas mulher
que te apaga
dentro da escuridão?
Fala,geme,
roda, ensaia,
dança,diz que está viva.
Mas fala,
redobro a vigilância
às bordas do sol
ou da lua, se quiser.
Apelo por uma valsa
e você baleia
com velhos trapos
de querer.
E eu me visto de rei
fingindo que sou seu amor.