Quero uma bandeira
qualquer que avance diante
do vento
e arremesse esta dor
pro fim lá do Ádria.
Dor que nasce como flor
desalmada,
que se oferece,
e, depois, se esconde
a cada metro do
jardim, dos desaparecidos.
Achar, ninguém
consegue. Ela é fruto
da própria sombra,
ramo, talo, pétula,
enviezada de desdéns,
pra provocar
a terra quieta e
amaciada,
mas sem dono.
Arisca, destrói e colore
por onde passa,
onde pisa de pluma,
como ave enlevada
de graça, de de sabor
antigo e corriqueiro.
Sou o mais fundo trigão de terra.
E fico pra esquecer:
sombras que não existem,
lábios ressecados,mas tenra e bela.
Assim, deito no colo
meu proprio sonho,
-de puro armênio -
e espero pelas nove novas.
Da casa de ninguém,
do jardim empoeirado
de esperança,
espero revolto
sua volta sem nome.
Se houve um dia
simples,
que o amor morreu,
foi este sim!
O dia que ninguém
ganhou e todos
perderam, entre
o espaço que se cria
entre ilusão e a realidade.