Horas marcadas,
tentações
à porta,
vícios em quarentena,
pousos de luz,
sobre o meu jardim
refinado de flores.
Estou absorto em tentações.
Se passar, cuida
do andar.
Vá rente, até sem o orar.
Ali tudo é meu,
do início ao fim,
de propósito eu fiz,
uma correia de aço
entre nós dois.
Você não entra,
eu não saio!
Somos nossos jardins
somos um pedaço
incômodo
de cada lembrança.
Se você vai
não vou atrás;
se seguir para a trilha
dos esquecidos;
não corro alado!
Mas no meu jardim,
de três roças,
e jorros de luzes,
que enaltece a pétula,
que fortalece o ramo,
este,
ninguém me faz perder.
Se a perdi foi por acaso
você foi seguida pelo destino
de dois homens
e cedeu ao primeiro.
Fiquei só,
mas não tão só:
tenho um jardim
sem nenhuma rima,
mas que flutua entre flores
e belas ramagens.
Nele eu vivo,
nele eu me acho.
Sou vizinho da pobreza.
Mas sou amigo da solidão,
mas sou tenro
com minhas
rosas e cravos,
que são apenas
para lembrar que um dia
você existiu
e um dia partiu
sem ir embora.
Então, fico eu,
de sombreiro;
guardo no meu jardim
lembranças suas
que nunca mais vão voltar.
Se fui uma vez,
não sou mais.
Agora sou dono
das cores floridas
e de cicatrizes corridas.