Tempo pouco tempo e pouco a dizer. Me chamam do outro lado de lá. São vozes conhecidas, outras,não.
São imagens diformes que me clamam, umas permeáveis outras tocáveis.
Se é hora ir, é hora de partir. Já não sei como me chamam: de colonial ou parcial.
Mas sou dividido em duas partees. Uma do sim, outra do não.
Não faço moda e meu Natal é de ano inteiro. Faço festa o ano corrido.
Mais um dia sim, outro não,sou irresistível e vou a uma fonte de água sorver o cristalino.
É ali que eu perdou os meus pecados.Pois sou santo quase vingente.
E tenho muitos, participo de todos até agora inventados.
Mas escondo a maioria por vergonha, pois namoro uma filha.
O pai perdoa, mas quando vou a casa dele, fica com um pé atras.
Por isso sou figurino de todas as horas. Hora sim, hora não, pergunto pra ela, que tempo que vivo.
Se sou medieval sou um pouco tímido pra enfrentar todas essas guerrras; se sou moderno me precavenho de invenções do espírito, pois cada dia inventam um amor superior.
Hoje, apenas divago e nada comprovo. Não tenho certidões, nem parentes.
Fico de angústia em angústia subindo suas escadas.
Dou pão para os mendigos e flores para as mulheres.
Sou ambivalente e corrosivo.
Mas se há espinhos por lá eu sei.
Apenas ama o que tem dentro. Se nada tem, a gente inventa.
Vou indo que meu caminho é curto e soleiro!
Mas tempo que é bom, tenho demais e de menos.
Se me falta, crio um. Dou um nome e vou viver com ela, por uns tempos desde que não seja uma eternidade, mas que não seja curto demais.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 21/08/2022
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