Ah! Se me contassem, antes,
como seria travessa essa vida,
talvez por piedade,
ou angústia da falta de sentido,
talvesse eu, não seria
só,
só e por do sol.
Me prouvesse de tal encanto,
de saber como viver
mas de não saber entender
que o sol não é pra todos.
Moro no turbulento, irrequieto,
buliçoso, traquino e treloso,
mundo dos avessos.
Não fica
longe o lugar que brotam meus
espinhos e são
astuciosos, redado à malicia.
Igual a um dia manhoso.
Repouso, tenho o bastante mas,
não tenho reservas,
nem falsos paraísos,
nem perdulária esperança,
de encontrar novamente
o início de tudo,
o embrião de lembranças.
Não tenho sinais de alertas,
não tenho navios de proa.
Sou jactância das esperas!
E por isso, minha vida é um sermão
interior e sem horas, mas é,
pois deixei de fazer o que queria
pra viver a vida de ninguém.
Vivi neste sonho durante anos,
sem pestanejar, sem meditar,
mas
tudo estava caindo no precipício mais fundo,
numa dança sem melodia
e de muita dor.
Hoje, estou me debruçando no penhasco mais
temeroso!
Hoje, sozinho, nem sei mais dela.
Sei que vive do outro lado de
meu mundo;
sei que não é mulher de lembranças
e, por isso, relaxo meu abraço.
Hoje, sozinho, me arrependo
do que não fiz
e, mais, do que fiz.
Fui broca passageira de furar
o largor do tempo,
nem sempre de afagos.
O que da vida nos dá,
e depois vai lá e toma.
Hoje dou 5 centavos por ela
mas sei, que é muito
visto pela dor,
é pouco visto pela saudade.
Mas, tudo perca de tempo!
Foi embora sem hora marcada,
viajou bela e florida.
lá pro fim das lembranças,
onda moram os desalentos !