José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Ah! Se me contassem, antes,
como seria travessa essa vida,
talvez por piedade,
ou angústia da falta de sentido,

talvesse eu, não seria

só,

só e por do sol.


Me prouvesse de tal encanto,
de saber como viver
mas de não saber entender

que o sol não é pra todos.

 

Moro no turbulento, irrequieto, 
buliçoso, traquino e treloso,

mundo dos avessos.


Não fica

longe o lugar que brotam meus 
espinhos e são 
astuciosos, redado à malicia.


Igual a um dia manhoso. 

 

Repouso, tenho o bastante mas,
não tenho reservas,
nem falsos paraísos,
nem perdulária esperança,
de encontrar novamente
o início de tudo,
o embrião de lembranças.

 

Não tenho sinais de alertas,
não tenho navios de proa.

 

Sou jactância das esperas!


E por isso, minha vida é um sermão

interior e sem horas, mas é,
pois deixei de fazer o que queria
pra viver a vida de ninguém.

 

Vivi neste sonho durante anos,
sem pestanejar, sem meditar,

mas
tudo estava caindo no precipício mais fundo,

numa dança sem melodia

e de muita dor.


Hoje, estou me debruçando no penhasco mais
temeroso!

 

Hoje, sozinho, nem sei mais dela.

 

Sei que vive do outro lado de
meu mundo;
sei que não é mulher de lembranças
e, por isso, relaxo meu abraço.

 

Hoje, sozinho, me arrependo
do que não fiz
e, mais, do que fiz.


Fui broca passageira de furar
o largor do tempo,
nem sempre de afagos.


 O que da vida nos dá,
e depois vai lá e toma.

 

Hoje dou 5 centavos por ela

mas sei, que é muito

visto pela dor,

é pouco visto pela saudade.


Mas, tudo  perca de tempo!

 

Foi embora sem  hora marcada,
viajou bela e florida.
lá pro fim das lembranças,
onda moram os desalentos !

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 06/09/2022


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