José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Às vezes as coisas são porque são,
nunca duvide do que é,
e mais, duvide do que não é.


Nunca discuta com o destino:
ele foi feito pra nos traçar
de horas e confeitos.

 

Ele é feito um sino
que faz de sua vida 
uma eterna orquestra
de ida e vindas
até encontrar
com o nada

ou parte de tudo.

 

Às vezes duvidamos do que vemos,
discutimos  o que não vemos;
mas no côncavo dos ermos,

pelas chaves da noite,
haverá sempre uma passagem de 
vãos que não tem perdão.

 

E o destino o levará 
mais uma vez para as coisas
que não são.

 

Até de chinelas ou bondes,
chaminés ou jardins,
nunca voltarão 
a ser o que eram!

 

Mas a volta é diferente
muito diferente:
a vida, por mais bela e singela,
nunca será a mesma!

 

Pois virou resma de rolar
as chaves de homens
que usam colar de vinténs !

 

Minhas histórias de solidão não tem mais ninho.


E, neste avante, meu sol morreu no reino que só era volátil esperança.

 

E, num dia, virei passado, e  virei futuro. 


E minha história nunca teve fim.


Dias sem vento.


Mas sei que dois mortos 
não fazem uma vida.
E não faz sentido ter sentido.


Na  casa onde moram  duas histórias de saudades,
elas se entrelaçam no paraíso de fogo.


E um dia fui
na velha casa, eu  vi minha verdade, e chorei.

 

Às vezes as coisas são porque são,
nunca duvide do que é,
nunca discuta com o destino:
ele foi feito pra nos traçar
de horas e confeitos.

 

Ele  é feito um sino
que faz de sua vida 
uma eterna orquestra
de ida e vindas
até encontrar
com o nada.

 

Às vezes duvidamos do que vemos,
discutimos  o que não vemos;
mas no côncavo dos ermos,
haverá sempre uma passagem de 
vãos que não tem perdão.

 

E o destino o levará 
mais uma vez para as coisas
que não são.

 

Até de chinelas ou bondes,
chaminés ou jardins,
nunca voltarão 
a ser o que eram!

 

Mas não há mais tempo
para navegar
em mares revoltos.


Não há mais tempo
para ser foi diferente,
ou o que nunca fui.

 

A vida virou resma de rolar
balançando as chaves de homens
que usam colar de vinténs !

E eu, só, bem só,

carregava as chaves da noite.

 


 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 14/09/2022
Alterado em 05/03/2023


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