José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Às vezes, quem bate
não quer entrar;
quem entra não quer sair.


Fugas, não há.

 

E o campo é vasto
para sonhar!

 

Época de colheita,
aqui e lá.


Os campos florescem,
e atiçam as aves,
rebuliças no andor
do sol.

 

Se penso, auguro mal,
não sou coerente,
nem de paz.

 

Não uso armas
nem ancinhos de
corte.


Sou figurino de palácios
e trago ansiedade
aos lotes.

 

Se me chamam é para pedir,
se atendo é para dar,
se me refugio, me acham nos
campos,
se me nego,
viro rifa ganha
pelos lordes.

 

Assim, passo meu tempo,
dentro da cerca, imóvel.


Já não sou mais novidade,
nem campo de flores.

 

Jaz comigo a ansiedade
premente e curiosa:
tentar nascer de novo
em outro sol, mirado de luas.

 

Mas para este gesto extremado:
os reis já propuseram: "Vai Homem"!


Mas, em troca, e de novo, ganhará a
extrema unção e será dizimado
bem vazio de pérolas !

 

E terá de novo a vida.


Mas os lordes matam os homens!
Atiram e matam!
Igual a coisa sem valia!


Ou não matam?
 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 15/09/2022
Alterado em 19/09/2022


Comentários

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras