Fraco,sobejo o vôo,
auguro a aurora
em partes de agonia,
onde não hajam sombras.
Minha caixa é de brinquedo,
minha voz é de criança,
meu pai é de longe,
minha mãe, vem da terra
batida, mas querida.
Venho de longe igual a uma
caixa mágica,
que me leva
ao fim do mundo,
onde o sol não nasce
mas flores dançam ao sol.
Este sou eu,
constante da natureza,
pedreiro de paredes,
e com cimento no coração.
Valia minha bruteza quando
era forte;
hoje, esquálido
e mal querido,
refaço meu coração de pedras
e calco a ansiedade e o medo
com tragos de solidão.
E nesta mesa de bar
vou morrer;
nesta mesa vou partir;
sem dar adeus.
Nem de quebra !
Todos se foram
e minha luz interior
se esvai,lasciva.
Vou, então, pra onde?
Pro canto do mundo?
Ou pros escondidos
das frestas?
Se vou, parto,
Se fico, quebro.
Ah bela!
Se desfilo,vou sem passo.
E se amo, não mais
tenho de troco
do felicidade dela !