José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Medito indiferente sobre o vazio das coisas:
procuro , a cada momento, uma entrada que poucos possuem, poucos cedem e avaliam com desdém.

 

Mas são,antes, escadarias,vãos cirscunspectos,lascas de maeira
à solta,
rodeando homens e mulheres.

 

Eu cá, no meu canto ocioso, tento entendê-los- e como tento
penetrar em meus próprios sentimentos:
nada encontro senão bares e homens
vazios - transnoites - a procura de mechas de 
felicidade - essa incrível bola de neve forjada em aço
que nos anseia.

 

E nos leva ao vão.

 

Nada encontro. À noite cai serena e vejo homens cansados
de si mesmos se rodearem a procura de algo que lhes falta.


-Mal sabem eles - que tudo o que procuram - já não
está mais ali. 

 

As fadas fugiram prá outro mundo!

 

Eles procuram a felicidade nos outros, não em si mesmos,
a meditação que fazem é dolorosa
a meditação que procuram é fragoroso de desprazer.

 

Queria lhes dizer !


Mas quem conhece todo mundo?


Quem conhece alguém nesse mundo tão corcunda?

 

Eu mal me conheço e sei lá de meus passos!


Mas como vou penetrar no espírito dos homens
para fazê-los sorrir, sem angústia e com
paz imorredoura?

 

Assim, passam-se as horas e o tempo
acaba por terminar:
Os homens são infelizes e vazios
-aqueles que me deparo -
porque o mundo ficou sem sentido,de repente!

 

Por mais que tenha luzes e rebuscas,
avenidas, onde néons atrativos pelicam os céus,
nada será encontrado do que mais solidão.

 

E eu no meu canto, atravessando à beira mar
vejo sem encanto o desespero dos homens
que aprenderam  somente a andar
mas não conseguem descobrir, nem um pouco,
do que é amar!

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 23/09/2022


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