A estadia é meia parada
de meu caminho.
Se ando por lá,
perco horas
de carinho.
Se por lá
fico,
ganho horas
de desprezo!
Enfim!
Sento na mesa
dos andares,
e auguro por manjares
que tanto lá me de ares,
que tanto me faz duvidar
dos já feitos.
Acerto! Sou andante,
de pátria sem rumo,
de amante sem prumo,
de cacholas e donzelas
falantes!
Sou minhas horas,
terço meu caminho;
se sou fado, entorto!
Se sou rei dos Caminhas,
navego em sonhos
coroado de rusgos pinhos!
Durmo no torço reinado
de seu corpo cheio de
esperanças minhas,
feito de doces vinhos brancos,
mas nunca adorado de abraços,
nem na convenção
de pássaros solitários.
Deste pêssego que amo
sou sombra de árvores,
sou fruto sem doce,
imagem que todos
desabonam !
Sou eu,
caminhantes das horas
sem passos!