Perceber até que é fácil
mas vivenciar qualquer milagre
é doloroso.
Praticá-lo, pior.
Porque há percas
e danos.
Dores mancebas!
Não porque seja diferente
as diferenças são apenas
pontos nesta colcha de
ternuras e apanágios
sem horas.
Sem velas e santos!
Falo do ser feliz
em nunca ganhar,
pois o ganhar
avulta o dano.
Obrigado por isso,
desculpe o atraso!
Falo de coisas íntimas
falo do início e do
fim das coisas:
coisas difíceis,
para um homem
jogar com sentimentos
que não são sentimentos,
pois são restos
do banquete de ontem.
Se falo é porque
é tonturas de amaciar,
mas, se quero, é porque
conquisto.
E se conquisto,eu tenho.
Mas perco. O tempo já
é mercador de minhas
lembranças.
Assim ajuizado de pequenas
dores,
vejo os dias passsarem
e com eles lembranças
se dissipar:
como uma águia que
rompe o horizonte
até as bordas do último céu.
Se não tive, não me arrependo:
fui descobrir tarde demais,
que o mundo, roda
pelos contrários.
O tempo é cuidadoso, bom
e valente.
Deixa para afagar e trair
no final das horas.
Se sofro, sigo sozinho.
O que fazer diante do tempo?
Senão, cabisbaixo, dizer?
Um dia foi milagre
no outro, todo parente
da ternura!
Hoje, virou filme passado,
cheio de cadeiras vazias.
Sobrou uma cadeira torta
onde sentam agora só f
plainam fantasmas.
E se me perguntam onde estou.
Mas, hoje, mal sei onde ia!