Perceber é tão
complexo
como entender.
Não se percebem as coisas
facilmente,
mas se entendem subitamente.
Questão ilógica,
que escorre pelos meus dedos,
quando prumo em direção
à verdade, e me deparo
com o lúcifer das coisas,
com archotes fumegantes,
que significa o absoluto caos
mordiscado e sem amparo.
Falar não é
coisa sobrenatural,
que viceja por estas noites
sem nome e sem dono,
festeira e traiçoeira.
Não se pode negar
que o aparato cerca suas coisas,
que a medida é tomada da frugal
ansiedade - como uma louça frágil.
Assim, de medo em medo,
caminhando no escuro,
procurando o que não tem
e acho coisas surpreendentes.
Coisas que falam e não dizem nada,
que gritam e vivem de seus próprios ecos.
São reis passageiros !
Ou alguém conviveu com deuses
eternos?
São grossos e resistentes,
são peçanhas,
fazem poder,
gritam quanto à ordem
mas tudo de tão rapidamente
passa
que faz até o pobre pássaro
chorar de vergonha.
Mas há de de saber:
existem homens
rápidos parar morrer !
Se sou persistente
em falar
é porque acredito,
nessas horas
que teimam em não passar.