Meu caminho é grasso,
mas não é torto;
é vivaz e compreendido
pelos chegados e aparecidos.
Tenho pouca religião;
tenho medo do que possa surgir
das estranhas do céu.
Acho que puras e reluzentes estrelas!
Mas quem duvida?
Eu duvido e me amedronta como pássaro,
que arde na chuva,
sob pingos ponteagudos.
Não sou eslavo,
nem sei onde fica.
Se tem alguma coisa
que perdi foi a noção
do tempo!
Mas que tempo é esse?
Tempo que me sacode,
que me força a meditar,
que qualquer vento ameno
me faz derrubar?
Sou brando, e não grego.
Nunca fui lá, mas sei,
de antemão, que tudo
nasceu por lá.
E me dizem à tiracola,
que nada mudou,
um continua a fanar o outro
com facas, palavras, balas,
tudo igual!
Neste bailar da vida
estou fora:
lá só entram pra matar
e outros
pra morrer !