Sou bondoso e iluminado,
fogoso e intrépido,
forte igual a uma rocha
e muito humano até perder de vista.
Sou feito amoeiras que cercam
os muros dos pedreiros;
sou a mesma vida,
dentro de outra vida.
Sou a sorte
e só espero
a morte.
Sou de frente
e acordo
a toda hora de insônia de
solidão.
Mas não me chamem de atiço,
disso tenho pouco.
Ao redor da noite,
procuro o que
me deixou
e encontro
restos vagos
de uma lembrança magoada.
Vivia num salão iluminado
de sombras
e, quando pergunto por ela,
só me dizem: fugiu, irada !