Arguta manhã,
de gestos leves,
sem plantonistas,
sem réguas de medir.
Arguta manhã que me
chameia de entrelaços,
com os nobres de
castelos falidos.
Sei que daqui não passo mais,
não com o rimo, nem o desvelo,
sou balanceado e desvendado;
sou troco de duas moedas
e dono de sinceras celas
avulsas.
Procuro dentro de mim
as poucas respostas
que deviam resplandecer
no lago azul,
com margens corridas
e cerradas folhagens.
Sei que já estive aqui
por uma vez.
e por não saber contar
o tempo,
digo agora, ou depois,
mas certamente,
me alvorecei
de palha,
de cetim com brocados
e pedras.
E fali no estalido
do copo de cristal.
Se foi agora
foi por muito tempo,
se foi longe, também
foi um tempo tão
longo,
que dá até prá atravessar
o céu em cem anos.
Mas, não me perco no ardor
de pensamento.
Sou homem de falhar.
Não tenho mais aquela festa
de flores;
sou dobradiças do tempo,
e com as mãos inquietas, rebuliço o ar
atônito, e agora sem nenhuma divindade.
E por isso,
minha canção termina aqui:
eu, sozinho, no meu sótão
de duas vidas,
ou eu sozinho junto a minha
hora que entreguei
à vida,
cheia de bondades.