Às vezes as coisas são porque são,
nunca duvide do que é,
nunca permeie com o destino:
ele foi só feito pra nos traçar
de horas e confeitos.
Ele é feito um sino
que faz de sua vida
uma eterna orquestra
de ida e vindas
até encontrar
com o nada.
Às vezes duvidamos o que vemos,
discutimos o que não vemos;
mas no côncavo dos ermos,
haverá sempre uma passagem de
vãos que não tem perdão.
E o destino o levará
mais uma vez para as coisas
que não são.
Até de chinelas ou bondes,
chaminés ou jardins,
nunca voltarão
a serem o que era!
Mas a volta será diferente
muito diferente:
ela, por mais bela e singela,
nunca será a mesma!
Pois virou pêndulo de rolar
nas vidas de homens,
de meia glória, e com craso poder,
que usam colar de futilidades,
pensando na eternidade,
mas são apenas
passageiros sem frutos,
vivendo no bojo de um sonho.
(Dedicado à Tíciana )