E Mandei Chamar
um dia,
dia sim, dia não, chamei meu pai de pedra e minha mãe de flor de lis. um dia chamei meu mestre de dono e meu oeste de decepção, meu norte de esperança, já que lá no sul debruava choros de mulheres vestidas de camaleão. um dia chamei meu amor de vida e minha morte de vazio, chamei o rei de basco e a rainha de olhar bem ocasional. e pela vida fui chamando até, que de algum lugar, onde se fala amando, me mandaram chamar. então, minha amante chamou o féretro, enquanto, minha amada, chorava feito rosas sem adorno.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/12/2007
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